sexta-feira, 27 de junho de 2008

Publicidade precisa de novos conteúdos e interatividade na internet, dizem executivos

BRASÍLIA - A internet no Brasil, mesmo com audiência de mais de 40 milhões de pessoas, ainda tem apenas 3,2% do bolo publicitário nacional. Nos Estados Unidos, a relação é de 10%; na Inglaterra, de 13%; e na União Européia varia entre 8% e 11%. A necessidade de inovação nos conteúdos e de maior interatividade é tema do evento que acontece nesta quinta-feira, em Brasília. Realizado pela Associação de Mídia Interativa, atual IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau Brasil), o evento contou, entre os convidados, com o presidente do Internet Group do Brasil (iG), Caio Túlio Costa, o presidente da IAB no Brasil e diretor do Portal Terra, Paulo Castro, e a diretora do Ibope/NetRatings, Fábia Juliasz. De acordo com o presidente do iG, o grande problema para o crescimento do mercado publicitário na internet é uma espécie de conformismo das agências de publicidade e da própria indústria que têm pautado suas ações do que ele chamou de “velha mídia”. Sinal desta prática seria, por exemplo, a preferência para a publicação de anúncios em revistas em detrimento da internet. Dados apresentados por Caio Túlio mostram que pelo menos 92% dos internautas acessam os portais de conteúdo e serviços, em que o preço de banners é “infinitamente inferior” ao valor pago para a propaganda em revista. “Com banners no iG, no Terra e na Globo.com, o anunciante atinge 40 milhões de pessoas. Se comprar uma página na revista, em um cálculo otimista, atinge 10 milhões. Paga-se mais que o dobro para atingir quatro vezes menos pessoas”, disse. Outro problema para o crescimento do mercado, segundo Caio, é a transposição do conteúdo das mídias tradicionais para o meio interativo. Ele alertou que somente as empresas que se deram conta do potencial interativo da internet estão se destacando nesta forma de comunicação. “Não adianta vender um banner bonito, que leve para site que não tem vocação para a interatividade. Por que os bancos e as concessionárias não saem da internet? Porque entenderam que o home banking custa dez vezes menos que um cliente na agência e que um carro é todo escolhido pela internet. O consumidor só vai à concessionária para fechar a compra”, explicou. Caio Túlio Costa destacou ainda que os públicos A e B, principais leitores da mídia imprensa, estão 100% incluídos na internet e, além do alcance deste público, ainda existe a comunicação com as classes C, D e E, que hoje representam quase 50% dos internautas. Esta crescente participação das classes C, D e E na internet fez com que o meio se tornasse o segundo mais abrangente no país, perdendo somente para TV aberta. Cenário positivo Quem também criticou a pequena participação do mercado publicitário na internet foi o diretor geral do IAB, Paulo Castro, alegando existir uma grande disparidade entre a presença do meio no País e os 3,2% de participação no bolo dos anúncios. Apesar disso, ele traçou um cenário otimista para os próximos anos. De acordo com os cálculos do IAB, a fatia publicitária na internet deve crescer ininterruptamente nos próximos anos. Para 2008, por exemplo, a perspectiva é que o meio abocanhe 3,5% do mercado publicitário, passando de R$ 527 milhões aplicados em 2007 para R$ 712 milhões ao término deste ano. O evento também contou com a participação de Silvia Sardinha, diretora da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, e Márcio Nascimento, diretor de Marketing do Ministério do Turismo, para apresentar as estratégias de comunicação do governo na internet.
26/06 - 12:20, atualizada às 12:23 26/06 - Severino Motta - Último Segundo/Santafé Idéias

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Publicidade na TV digital

No próximo dia 2 de dezembro será inaugurada oficialmente a televisão digital no Brasil. A partir desse dia, os recursos de alta definição e interatividade da nova tecnologia estarão disponíveis para os moradores de São Paulo, cidade que concentra 12% dos televisores do país. Essa mudança não afetará imediatamente a maior parte da população, que precisará comprar um aparelho adaptador para suas televisões – cujo custo está estimado em R$ 800. Porém, as emissoras de televisão, as indústrias e o mercado publicitário estão bastante empenhados em descobrir uma maneira de atingir os novos consumidores que surgirão a partir dessa mudança. Essa preocupação é similar ao problema enfrentado pelos publicitários no início da década de 90 com a internet: conseguir lucrar num mercado novo e fragmentado. A televisão digital criará, no início, um mercado bem lucrativo devido às mudanças que deverão ocorrer nas emissoras e nas televisões dos espectadores. Apesar de ser difícil estimar com precisão os gastos criados por essa mudança, estudos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) encomendados pelo governo federal estimam que só as emissoras de TV deverão investir R$ 5,5 bilhões em equipamentos nos primeiros cinco anos da mudança. Todos os grandes fabricantes de eletroeletrônicos começarão a vender, a partir de dezembro, um adaptador para conectar as TVs ao novo sinal, o set-top box. Serão pelo menos 50 milhões de aparelhos até 2016 – um mercado emergente de pelo menos R$ 125 bilhões. Haverá, ainda, uma troca progressiva de televisores e o surgimento de novos aparelhos em decorrência da tecnologia, criando várias oportunidades e, ao mesmo tempo, vários riscos para o mercado publicitário. Em muitos países a TV digital já foi implantada e favoreceu o surgimento de vários aparelhos eletrônicos, dentre os quais encontra-se o gravador digital de vídeo (DVR) que permite ao espectador armazenar o conteúdo transmitido ao vivo para assistir quando quiser. Um dos recursos desse dispositivo é “pular” os comerciais, o que tem provocado tem deixado os publicitários apreensivos. Por enquanto, no Brasil, o DVR está disponível apenas para usuários de TV a cabo digital ou por satélites dispostos a pagar cerca de R$ 1000 por ele, mas a tendência é que o equipamento se popularize com a disseminação da TV digital. No Estados Unidos, estudos da Nielsen Media Research mostram que os usuários do DVR não assistem a 60% da publicidade em programas gravados. Não há evidências de que no Brasil será diferente. A operadora Sky constatou que 41% dos usuários do DVR não vêem comerciais. Os publicitários já descobriram uma alternativa para driblar essa “fuga” dos telespectadores: incluir merchandising na programação. O desafio é fazer isso de forma que não irrite o consumidor. Para Angelo Frazão, vice-presidente de mídia da âgencia McCann Erickson, a tendência é replicar experiências como a do filme Náufrago, estrelado por Tom Hanks e repleto de inserções de merchandising que se misturam com a história. “Para poder ocupar mais espaco, esse tipo de inserção terá de ficar mais refinada na programação brasileira”, diz Frazão. Outro modelo de inserção são comerciais interativos, como o que a rede de fast food KFC veiculou no ano passado nos Estados Unidos, para promover um novo sanduíche. Visto em ritmo lento, o anúncio fornecia uma senha para que o consumidor acessasse com o controle remoto da TV o site do KFC e ganhasse o tal sanduíche nas lojas da rede. Alem de ter virado uma febre na internet, com os usuários trocando senhas entre si, o anúncio gerou polêmica entre as redes de TV – uma delas recusou-se a veiculá-lo e acusou o KFC de fazer propaganda subliminar. No Brasil , ficou famosa uma campanha interativa criada para a Mitsubishi Pajero veiculada em 2004 pela operadora Sky. O comercial permitia ao espectador navegar pelo filme com o uso do controle remoto como num site para conhecer os detalhes do carro. Os interessados recebiam depois um material promocional da Mitsubishi por mala direta. Porém, como diz Alexandre Gama, presidente da Neogama/BBH, responsável pelo anúncio da Mitsubishi, “Ter anúncios interativos não garante que todos os telespectadores estarão dispostos a interagir”. Depois desse anúncio, a Neogama/BBH não produziu nenhum outro filme nesses padrões. O argumento é que tais campanhas ainda atendem um público muito limitado. “Mas é uma tendência que inevitavelmente deverá vingar no futuro e para a qual precisamos estar preparados”, diz Gama. Há três meses, a AgênciaClick, maior criadora de publicidade para internet no Brasil, instalou em sua sede em São Paulo um laboratório de pilotos de filmes interativos para clientes, produzindo e testando novos softwares para interatividade na TV. “A hora de aprender é agora e é claro que isso tem custos”, diz Abel Reis, sócio da Click. A agência já investiu US$ 100 mil no laboratório, que por enquanto é usado basicamente para testes. O mercado de publicidade brasileiro, que já passa por um momento de transformação, deve ficar ainda mais agitado com a estréia da TV digital.
O impacto da TV digital na publicidade
Como a tecnologia digital afetará as propagandas na televisão
* Interatividade: os espectadores poderão usar o controle remoto para “navegar” no comercial. Os publicitários deverão levar em conta essa particularidade no processo de produção dos anúncios e do conteúdo extra.
* Seletividade: a televisão digital favorecerá o uso de gravadores digitais de vídeo (DVRs), muito populares no EUA. Assistindo apenas àquilo que quiser, no horário que quiser, o espectador poderá “pular” comerciais indesejados.
* Qualidade: as produtoras de filmes publicitários terão de investir em novos equipamentos de filmagem e iluminação em decorrência do aumento da qualidade das transmissões. Isso deve aumentar os custos de produção de comerciais.
Texto de Lucas Bessel
adaptado por Priscilla Oliveira do Carmo

Publicidade na TV digital - Brasil

Como pôde ser verificado no texto acima, de Lucas Bessel, ainda existem várias dúvidas sobre como será a publicidade na TV digital e os desafios que os publicitários terão que enfrentar com essa mudança da televisão.
Abaixo, uma entrevista com Cláudia Nogueira Rocha, 22, formada em Relações Públicas (2006/2) e formando em Publicidade e Propaganda (2007/2) ambos pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), funcionária da Globo Minas desde maio de 2006. Seu projeto de graduação é sobre a evolução da publicidade na televisão ("Publicidade: da TV analógica ao Joost"). Nessa entrevista, ela responde a algumas dúvidas sobre como será o trabalho dos publicitários após a implementação da TV digital e sobre os desafios que eles terão que enfrentar.
ENTREVISTA
1. As agências de publicidade já têm em mente alguma solução pra todas essas mudanças causadas pelo sistema digital? Em caso afirmativo, quais são elas?
Acredito que as agências, pelo menos as de Belo Horizonte não estão preparadas para as mudanças da TV Digital. Acho que antes de mais nada, é preciso ter em mente que a TV Digital, a princípio não irá alterar em nada a publicidade. Devido ao modelo escolhido, o único diferencial será na qualidade da imagem, que passará a ser HDTV, então quem está se preparando para as mudanças são as produtoras e não as agências. E vale dizer que até 2016, previsão inicial do governo para o fim da televisão analógica, as propagandas devem ser gravadas no modo digital e analógico. Pelo menos por enquanto, na TV Globo será preciso enviar um material idêntico para os dois modelos de TV.
2. Já que não existirá um horário nobre definido, você tem idéia de como funcionarão as propagandas? Como ficará a nova distribuição dessas de acordo com o público-alvo?
A cultura da televisão é muito forte na sociedade brasileira. Ela ainda é um programa coletivo, uma vez que apenas 30% dos lares do país possuem mais de dois televisores em casa. As pessoas programam seus horários de acordo com o da TV e isso dificilmente irá mudar. É preciso levar em consideração que, a princípio, a televisão digital irá atingir uma parcela muito pequena da sociedade, assim como é o caso da TV a cabo e da banda larga. Muito provavelmente, o horário nobre continuará a existir e, mesmo podendo assistir os programas no horário que desejarem, as pessoas irão assistir jornal e novela quando chegarem em casa como acontece hoje. Porém, para os jovens, essa realidade provavelmente será diferente, mas para isso é necessário fazer uma avaliação muito mais ampla, pois seu envolvimento com a televisão diminui a cada dia e com a Internet aumenta, A definição do plano de mídia de uma campanha é baseada em quais programas o público-alvo assiste. Dessa forma, a distribuição da propaganda permanecerá da mesma forma: baseada em dados concretos de audiência, que medem qual o perfil de um programa que passa em casa emissora, independente da pessoa assisti-lo no televisor, no celular ou na internet e do horário em que for fazê-lo.
3.O recurso da TV digital que permite ao telespectador “pular” as propagandas tem deixado os publicitários apreensivos? Em caso afirmativo, o que poderia ser feito por eles para incentivar o telespectador a assistir suas propagandas?
Entre os publicitários, existe mais curiosidade em saber como será a propaganda na TV Digital do que apreensão com a mudança que ela provocará. Mas fato é que se os telespectadores não assistirão mais os tradicionais intervalos de 30 segundos, cabe às agências e as emissoras reinventarem novos formatos comerciais que se adequem a esse novo consumidor. Com isso, aumentam-se os patrocínios, o merchandising e a publicidade contextual. A tendência é que os comerciais sejam mais curtos e criativos, chamando o telespectador a conhecer mais sobre o produto que se está sendo anunciado na internet, por exemplo, ou no próprio televisor, quando essa possibilidade for real.
4. Em outros países em que essa tecnologia já foi implantada, como nos Estados Unidos, os publicitários descobriram uma maneira de divulgar seus produtos mesmo com a possibilidade do telespectador “pular” seu comercial: eles inseriram diversos merchandisings durante os programas. Você acha que essa tática também funcionaria no Brasil? Em caso afirmativo, como essa inserção deveria ocorrer para evitar que ela irritasse o telespectador?
O merchandising ainda não está totalmente regularizado no Brasil, mas já vem sendo amplamente usado em novelas e programas de auditório e estúdio. A tendência é que a sua utilização cresça de forma considerável nos próximos anos. Independente da TV Digital existe a constatação de que os telespectadores apresentam alto índice de dispersão durante o intervalo comercial, uma vez que mudam de canal ou se ausentam do ambiente onde está a televisão. Porém, da forma como é feita hoje, muito clara e direta, incomoda o telespectador. Assim, ela deve ser mais sutil, como acontece no cinema atualmente, e estar implícito nos conteúdo dos shows.
5. A TV digital permitirá que o espectador “navegue” pelo comercial. Isso poderá favorecer as agências de publicidade, uma vez que o consumidor terá a chance de conhecer melhor o produto antes de comprá-lo, por isso, as agências de publicidade “deverão levar em conta essa particularidade no processo de produção dos anúncios e do conteúdo extra”. As agências já estão preocupadas com isso? Já estão pensando na compra de novas tecnologias ou em uma preparação de seus profissionais direcionada a permitir uma melhor realização desse trabalho?
Como falei, as agências não estão preparadas sequer para as mudanças mais simples que a TV Digital irá proporcionar, quanto mais para uma evolução tão grande quanto essa. Acredito que as mudanças que a digitalização irá provocar serão assimiladas aos poucos pelas agências, de acordo com as mudanças vão surgindo. E isso acontece principalmente porque ninguém sabe como será exatamente a publicidade na TV Digital no Brasil, uma vez que trata-se de um modelo único e de um país onde a relação da sociedade com a televisão pode ser considerada uma das mais fortes do mundo. Atualmente, muito se estuda sobre como será essa nova publicidade, mas nem os pesquisadores e nem as emissoras tem respostas concretas para essas perguntas.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Propaganda de emissora proibida pelo governo dos EUA

A emissora norte americana MTV produziu um anúncio alertando a população sobre as feridas nas questões sociais do mundo, mas foi banido, imediatamente, da tela pelo Tio Sam. Graças à internet, o acesso à propaganda pode chegar aos computadores e pessoas de todo o planeta. Tal propaganda tentou despertar o sentimento que todos deveriam ter por questões sociais do mundo, comparando o pânico que sentimos quando assistimos, através dos noticiários, com o ataque terrorista às Torres Gêmeas. As imagens da propaganda proibida impressionaram e sensibilizaram o público e os fez refletir sobre o terrorismo e os problemas sociais, que estão no cotidiano e, muitas vezes, nem são percebidas. O fato é que existem problemas mundiais que massacram e deixam mais vitimas que atentados terroristas; são problemas que perpassam séculos, como a AIDS, a Fome e a Pobreza. Governos, tanto do primeiro quanto do terceiro mundo, ignoram a existência de uma população que vive à margem da sociedade e que não é pequena. Para se ter uma idéia do problema a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou neste mês o relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre a AIDS (Unaids), indicando que 2,5 milhões de pessoas contraíram o vírus no ano de 2007, elevando para 33,2 milhões o número de infectados no mundo. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) realiza todo dia 16 de outubro, há 27 anos, o Dia Mundial da Alimentação. Este é um compromisso mundial para erradicar a fome que faz com que 854 milhões de pessoas se deitem de estômago vazio. A ONU, através do Programa Mundial de Alimentos (PMA), lançou um concurso que vai premiar os melhores vídeos produzidos que ajudem a aumentar a conscientização sobre a fome mundial e que mostrem a realidade da pobreza e sofrimento para a geração do “YouTube”. Segundo dados do PMA, poucas pessoas compreendem que a fome se espalha e mata uma criança a cada cinco segundos. Sobre a pobreza, a ONU lançou em 2000 as Metas do Milênio, onde até o ano de 2015 pretende-se a erradicação total da pobreza. Isso seria possível? É esperar para ver. Enquanto uns morrem por falta de comida ou infectados pelo HIV, são gastos por ano alguns milhões no financiamento de guerras, atentados e massacres. Esquecendo das questões sociais básicas, que nos cerca onde quer que estejamos. O jeito é promover ações de próprio punho, ter consciência social e lutar pelos oprimidos. Esperando que algum dia os Governos se voltem para ações sociais mundiais e não só para aquelas questões que abalam o bolso da superpotência.
Links relacionados:
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids – UNAIDS:
A FAO celebra o Dia Mundial da Alimentação:
PNUD -Brasil /Objetivos de Desenvolvimento do Milênio:
Postado por Nicole Foureaux

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Rádio Digital pode estar disponível em 2008, afirma Ministério das Comunicações

Brasília 22 de novembro de 2007 - A população brasileira já vai poder ouvir rádio pela tecnologia digital a partir do ano que vem. A informação foi dada pelo Ministério das Comunicações durante audiência pública no Senado Federal realizada hoje (22). Segundo o secretário de Telecomunicações, Roberto Martins, os testes finais devem ser realizados até o final deste ano.

Dois sistemas de digitalização já estão sendo testados, o norte-americano In Band – On Chanel (Iboc) e o europeu Digital Radio Mondiale (DRM). Por enquanto, apenas algumas emissoras realizaram, separadamente, as transmissões. O ministério ainda precisa da realização de um teste em que diversas emissoras façam a transmissão digital de forma simultânea para saber se há riscos de interferências.

“Nós não trabalhamos com a hipótese de um processo de digitalização, de uma escolha de um padrão, aonde fique de fora as emissoras FM que variam desde as rádios comunitárias até as rádios comerciais”, afirmou Martins.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já autorizou a realização de 20 testes, mas apenas 5 relatórios finais foram entregues. Por esse motivo, o gerente de Autorização de Uso de Radiofreqüências da Anatel, Yapir Marotta, classificou os testes como “inconclusivos”.

“Ainda é impossível para a Anatel recomendar qualquer um dos dois sistemas ao Ministério das Comunicações”, afirmou Marotta.

Contudo, especialistas afirmam que a mudança do sistema analógico para o digital deve ficar caro tanto para as emissoras de rádio quanto para os consumidores. O professor de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Lúcio Martins, afirmou que o custo mínimo do modulador que as rádios terão que comprar ficará em US$ 30 mil. Ainda não há estimativas do custo do aparelho para o consumidor.

Na freqüência AM é altamente perceptível a diferença de qualidade entre os sistemas analógico e digital. Já na freqüência FM os benefícios mais perceptíveis estão relacionados à ausência de ruídos e interferências.

Renata Pompeu
Repórter da Agência Brasil
Postado por Glaucia Passos Ribeiro

Publicidade no rádio

O rádio é uma mídia barata, 15 vezes mais barata do que a TV; atinge muito mais pessoas por não ter a obrigação de ser visto, apenas ouvido; atinge todas as classes sociais; o anunciante pode propagar seus produtos com sua loja ainda aberta, enquanto na TV isso não ocorre pois sua maior audiência é a noite.Até a década de 30, o rádio era restrito a poucas pessoas, pessoas estas que mantinham financeiramente o rádio.Era ouvido por poucos e tocava apenas música clássica, concertos e coisas desse gênero.Com a popularização do rádio e o crescimento da publicidade por volta de 1930 e 1940 começaram-se a propagar produtos e serviços durante a programação, a programação ficou mais dinâmica e a publicidade começou a manter o rádio.A maioria da agencias de publicidade tem um profissional de RTVC (especializado em rádio) diretamente ligado ao setor de criação, buscando produzir propagandas radiofônicas com criatividade inovadora e baixo custo, utilizando linguagens que possam atrair grande público.Para se produzir um comercial radiofônico é necessário seguir normas. Escolher uma linguagem que produza sensações; desperte relações com o produto ou serviço através de pontuação, rima, ênfase ou destaque, aumentativos ou superlativos e etc. Escolher o tema que de maneira direta ou indireta atrairá o público. Decidir o momento e a maneira que se tratará o slogan, assinatura da empresa.Escolher a música (BG) o trilha que acompanhará o comercial. Parece fácil?Pois não é!Geralmente isso tudo tem que estar contido num comercial de apenas 30 segundos.Essas normas podem ser executadas em três formatos distintos de propagandas radiofônicas: Jingle, música criada para campanha /propaganda do produto ou serviço; Spot, propaganda com texto publicitário, com música adaptada acompanhando; e Testemunhal, o locutor ou comunicador propaga o produto ou serviço divulgando suas qualidades, dando sua opinião de que aquele produto ou serviço é realmente bom.
Postado por Cláudia Antônia Filizzola

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

“A TV e a Política – Historia e Publicidade”

ta A TV ajudou a mudar de modo definitivo o mundo da política
Nesta seqüência de imagens você pode acompanhar um comercial "cabeça falante" da campanha de Eisenhower, em 1952. Os primeiros comerciais de TV usados numa campanha eleitoral apareceram na eleição para o governo do estado de New York, em 1950. Tinham a forma de testemunhais tomados nas ruas, em favor do candidato Tom Dewey. Dois anos mais tarde, na eleição presidencial, quando já havia mais de 17 milhões de aparelhos receptores que alcançavam aproximadamente 50 milhões de pessoas, a TV ingressou de modo definitivo no mundo da política. A campanha de Eisenhower produziu uma série de "spots" de 10 segundos que foram considerados, por muitos analistas, como decisivos para a sua vitória. Esta campanha, ocorrida ainda no período que poderíamos chamar de pré-história do uso da TV em eleições, estabeleceu alguns precedentes que continuam válidos até hoje. A campanha de 1952 distingue-se mais claramente das atuais no seu formato e apresentação, muito mais simples e limitados que os atuais. Os "spots" eram do tipo "cabeça falante" (talking head), no qual um locutor anunciava de maneira solene: "Eisenhower responde para a América", a seguir um cidadão fazia uma pergunta, e Eisenhower, olhando diretamente para a câmera, respondia de forma breve a questão.(imagens do comercial ao lado) A partir da eleição Kennedy x Nixon, em 1960, a TV tornou-se a principal mídia de campanha. A partir de então, as campanhas eleitorais são disputadas na TV por meio de "comerciais" (peças breves de 15, 30 ou 60 segundos), programas (de duração bem mais longa, medida em minutos), entrevistas com candidatos, isolada ou separadamente, e debates (o primeiro debate televisionado ocorreu na campanha Kennedy x Nixon).
TV como mídia dominante
Para cumprir com esta regra é preciso primeiro esclarecer bem o que se deve entender por mídia dominante Esta não é uma questão que possa ser respondida de forma genérica. Em termos gerais, a mídia dominante na nossa sociedade é a TV. Não somente a TV é a mais completa das mídias - som, imagem e texto - como é também a mais influente, e a que melhor registra a dramaticidade do mundo político. Em termos gerais, a mídia dominante na nossa sociedade é a TV. Um debate televisado, por exemplo, não tem comparação com um debate que é transmitido pelo rádio. Na TV podem-se observar as reações do candidato enquanto fala - sua surpresa, sua insegurança, seu desconforto, assim como sua serenidade, firmeza e domínio da situação. Na comparação genérica entre as mídias não há dúvidas então que é a TV a mídia dominante. Ocorre que as eleições são disputadas em contextos específicos e não genéricos. Dependendo do contexto e do tipo de eleição a mídia dominante pode variar. Nas eleições para cargos executivos (Presidência, governos de Estados, prefeituras de capitais e cidades maiores, onde há estações de TV que podem gerar imagens locais) a TV é, sem dúvida, a mídia dominante. Já eleições para cargos legislativos, ou prefeituras de cidades menores onde não há TV local, outra será a mídia dominante.
Quando a TV é a mídia dominante
Naquelas situações em que a TV é a mídia dominante a equipe de TV da campanha terá que medir forças contra dois adversários: o programa dos outros candidatos e a programação não política da TV. Dominar a mídia dominante, quando esta é a TV, significa fazer um programa melhor que o dos adversários, e, com um apuro e qualidade técnica e editorial o mais assemelhado que for possível aos bons programas de TV, com os quais o tele-espectador encontra-se habituado. O programa da candidatura tem, portanto que ser um programa de TV, feito por profissionais do setor. O que se busca é que a propaganda por TV seja percebida pelo eleitor como um "programa de TV" sobre uma candidatura.
Adaptação dos textos:
11/06/2007 - Os comerciais de TV I - os primórdios – Francisco Ferraz 12/06/2007 - Comerciais de TV II: A ciência e a arte – Francisco Ferraz 13/09/2007 - Domine a mídia dominante – Francisco Ferraz http://www.politicaparapoliticos.com.br/subsecao.php?id_subsecao=32
Apesar de todo o contexto histórico e da importância direta da TV, César Maia crê que esse tipo de mídia esta se tornando obsoleta. Como ele mesmo explica em um de seus textos publicado em seu extinto blog:
ESTÁ MUDANDO O MARKETING POLÍTICO?
1. Está em curso entre publicitários daqui e d`alhures falar da morte dos comerciais de 30 segundos na TV. Dizem que isso é produto de uma combinação de fatores, como o zap, o mute, menos telespectadores contínuos, a Internet, a desatenção aos intervalos,...Etc... O fato é que as empresas -desde há algum tempo - tem experimentado um mix diferente de meios para atingir ao consumidor, ao publico. Há muitas experiências. Uma entre dezenas delas -apenas para citar - foi o lançamento de um condomínio na Lapa, no Rio, método agora repetido para um condomínio na zona norte do Rio, lançado pela Klabin-Segall, que faz um mix, de campanha aparentemente espontânea, com nome, camisetas e site e tudo, (guerrilha na Internet), onde o anúncio nos jornais converge sem que o consumidor tenha exata noção disso. 2. Fala-se agora em publícias ou noticidade, ou seja, uma noticia que se prolonga e que carrega em si publicidade incorporada. Ou, publicidade na forma de noticia que se prolonga e se desdobra no tempo. 3. Há uns três anos que uns poucos publicitários da área política tem sentido isso por aqui. Os programas partidários na TV já valem nada. E os comerciais valem muito pouco. Nada disso sensibiliza o eleitor. E nas eleições de 2004, (municipais), e 2006, presidencial e estaduais), isso se confirmou. Os programas e comerciais, independente do foco e do conteúdo, apenas informaram ao eleitor quem concorria. A comunicação política tendo como origem a TV, não alterou nada na cabeça no eleitor. Nada! Nenhum marqueteiro conseguiu mais do que lembrar ao eleitor o que ele já sabia e que saberia durante a campanha em uns dias mais.”
Ex-Blog do César Maia 11/12/2006
Texto adaptado por Felipe Laffiti

domingo, 25 de novembro de 2007

Os ganhos com a publicidade durante eventos esportivos

Os megaeventos esportivos costumam ser uma grande fonte de lucros para redes de TV e agências de publicidade e propaganda. Para se ter uma idéia, as redes Globo, Bandeirantes e Record faturaram, juntas, 620 milhões de reais com a transmissão dos Jogos Panamericanos do Rio. Só a Globo abocanhou algo em torno de 400 milhões de reais. Embora essas redes gastem uma boa quantia em dinheiro com a cobertura desses eventos, quem mais contribui para a realização desses são os contribuintes, já que as cidades que sediam as partidas de futebol passam por uma grande reforma e são os brasileiros que pagam a conta da reforma/construção de estádios e instalações para receber as delegações dos contendores, sem contar a renda resultante da venda de ingressos, enquanto as redes de TV e agências de publicidade/propaganda embolsam os lucros. Durante o Pan do Rio, por exemplo, foram gastos 4 bilhões de reais para construir a infra-estrutura dos jogos. Já as redes de TV faturaram centenas de milhões de reais com a transmissão dos jogos enquanto os torcedores e atletas não receberam um centavo pelo direito à imagem. Entende-se, assim, a importância que a transmissão desses eventos esportivos para as redes de TV, que disputam incessantemente pelo direito de transmissão dos jogos, tendo em vista, não só exibir o evento mas, principalmente, lucrar com ele.
Escrito por Priscilla Oliveira do Carmo

sábado, 24 de novembro de 2007

A importância da publicidade na conscientização sócio-ambiental

A propaganda tem um grande poder de persuasão e pode ajudar a melhorar nossa qualidade de vida no futuro, já que possuímos esse meio de comunicação porque não usar e abusar dele para uma vida melhor, tanto na TV quanto internet.

Criado pela agência DM9DDB, o comercial "Money" tem como objetivo conscientizar a população quanto ao fato de que pequenas ações isoladas, tanto positivas como negativas, podem dar início a um efeito cascata de proporções planetárias.A grande mensagem do filme é que, uma hora, o que você faz tem volta, vai chegar em você. Se você não se engajar nesta luta, se você não tentar reverter este cenário de devastação, mesmo que através de pequenos gestos e atitudes que se somarão com gestos de milhões de outros, um dia tudo pode cair na sua cabeça. Literalmente

A televisão é um meio de comunicação onde todos têm fácil acesso e de baixo custo, mas para atingir a população de alto poder aquisitivo, uma propaganda viral, vinculada à internet, passa a ter um efeito maior. Estas propagandas ao serem construídas tendem a ter uma alta qualidade visual e musical, já que o publico alvo é visto como culto e/ou exigente. Enfim, a mensagem é: "faça alguma coisa pelo planeta". Porque se não, você não vai ter planeta. Ainda há tempo. Cuide, ajude, incentive, ensine. Afilie-se ao WWF-Brasil. Tudo que você fizer em prol da sua casa, que é a Terra, vai voltar para você" conclui Sergio Valente, presidente da DM9DDB.

Making of da propaganda

Texto retirado da WWF-Brasil

(http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/campanha_dm9_money/index.cfm)

adaptado por Gláucia Passos Ribeiro

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Publicidade: TV paga x TV aberta

Na TV paga, a publicidade complementa a receita tanto de operadoras quanto de programadoras. Cada uma tem reservados para si alguns minutos em cada canal distribuído para veicular comerciais.A mídia TV por assinatura tem características bastante diferenciadas da TV aberta. Nela, a idéia de quantos espectadores serão atingidos por um comercial não importa tanto quanto saber que tipo de consumidor se está atingindo.Por ser uma mídia com canais altamente segmentados, a TV paga permite um alvo de publicidade muito mais efetivo e com uma dispersão menor da mensagem que na TV convencional. Com o uso de sistemas endereçáveis pode-se até, por exemplo, veicular um comercial apenas para um grupo específico de assinantes, embora hoje isto ainda não seja feito no Brasil.No começo da história da TV paga no Brasil, a mídia era mais utilizada para mensagens institucionais, mas com o crescimento da penetração do sistema muitos anunciantes passaram a veicular filmes de vendas e de varejo, percebendo que a TV por assinatura otimiza as verbas, atingindo o público desejado diretamente.Os custos para anunciar na TV paga são em geral mais baixos que os da TV aberta, e permitem, por exemplo, que pequenas e médias empresas que não têm chance de anunciar na grande mídia veiculem suas mensagens localmente. Por ser um veículo local e diversificado, oferece opções a anunciantes de qualquer porte e com qualquer necessidade de comunicação.
Texto extraído da página da ABTA
Postado por Willian Henrique Vasconcelos

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Abuso Sexual

Essa propaganda além de ser criativa, retrata um assunto muito importante e sério no Brasil e no mundo que é o abuso sexual. Esse ato é crime, mais muitas pessoas (crianças principalmente)não denunciam por medo ou vergonha, portanto é essencial que seja divulgado esse tema na televisão que é um meio onde a maioria das pessoas tem acesso.Assim, quem sofreu ou sofre abuso que as vezes pode acontecer dentro da própria casa pode ficar mais à vontade para falar sobre o assunto.

Escrito por Cláudia Antônia Filizzola

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Rede Record ajuda na campanha de Doação de Sangue em Rondonia

" Hoje é dia de doar sangue e fazer a diferença" termina neste domingo com diversas atividades na sede da FHEMERON.
Depois de uma semana de doações de sangue, a campanha do “Dia de Fazer a Diferença”, termina neste domingo (26), com diversas atividades na sede da Fundação Hematológica de Rondônia (Fhemeron), em Porto Velho. O evento é uma parceria entre o governo do Estado e a Rede Record de Televisão. O objetivo é aumentar estoque de sangue e hemoderivados, através de doações voluntárias. A campanha já bateu o recorde de doações da história da fundação.
O dia é o maior ato de mobilização solidária do Brasil e envolve diversas ações e todas as emissoras da Record no País. O tema escolhido para campanha, em Rondônia, foi à doação voluntária de sangue. “Nunca uma campanha atraiu tanto doadores, a previsão é que atingiremos, em uma semana, mais de 1000 coletas. Para se ter uma idéia, a média mensal, é de aproximadamente 1200 doações. A campanha é recorde na história da Fhemeron”, declarou Milton Moreira, secretário de Estado da Saúde.
Durante toda a semana aconteceram ações de conscientização e coleta de sangue. A campanha contou também com o apoio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e das instituições de ensino superior, Fip, Finca, Faro, Uniron e São Lucas. No domingo as faculdades manterão tendas de atendimento em saúde. Serão realizados exames como: glicemia, aferição de pressão, saúde bucal, câncer de mama e próstata. Quem for até a fhemeron, também assistirá o show da dupla sertaneja José Victor e Adhemir.
Voluntário como protagonista - A campanha de doação de sangue está sendo divulgada através da Tv Candelária (canal 11) e das rádios Parecís FM (98,1) e Vitória Régia FM (104,5). Durante toda semana a Fhemeron receberá os doadores voluntários. “O dia de fazer a diferença, promovido pela Rede Record, é o maior evento simultâneo de mobilização social do país. É a ação do voluntário como protagonista, e vale a pena ser solidário”, afirmou, Everton Leoni, diretor da Tv Candelária, emissora da Rede Record, em Rondônia.
A publicidade para incentivar a doação de sangue também foi utilizada na Catalunha.
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E, ainda, por uma rede não identificada :
(Clique na imagem para abrir o vídeo)
Postado por Felipe Augusto Rocha da Silva

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Propaganda - Anorexia (clique aqui para ver o vídeo)

Propagandas como essa são chocantes, ainda mais quando mostram anomalias reais, mas são necessárias para chamar a atenção dos pais e dos adolescentes sobre alguns sintomas da anorexia e, principalmente, sobre como o doente se sente. Nas últimas semanas, uma campanha na Europa utilizou imagens de impacto em outdoors com o mesmo objetivo. Esse tipo de publicidade também é encontrado nos maços de cigarro em que são publicadas fotos de pessoas doentes. Essas fotos vão completamente contra as antigas propagandas das indústrias do tabaco que mostravam pessoas lindas e saudáveis fumando. Claro que, no caso do cigarro, o governo obriga que essa publicidade seja utilizada. Em todo caso, podemos perceber o uso da publicidade com um foco diferente, não aquele com o objetivo de vender um produto, mas, sim, o de levar informação de utilidade pública.

Escrito por Leandro Diniz Rodrigues

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Breve história da publicidade no rádio (clique para ver o texto na íntegra)

Desde sua inauguração oficial no Brasil o rádio teve como característica ser um meio de elite, não de massa. Nos primórdios do rádio, ouviam-se óperas, que eram executadas a partir de discos emprestados pelos próprios ouvintes. Além disso, eram apresentados recitais de poesia, concertos e palestras culturais. Mas, foi a partir de 1931 – nove anos depois de sua implantação no Brasil - que o rádio começou a ser transformado. Neste ano, surgiu o primeiro decreto lei que se preocupava com o rádio. Nesta época, apesar de proibidos, os “reclames” – como eram conhecidos os anúncios daquele tempo – já existiam para tentar garantir a sobrevivência do meio. Foi somente no dia 1º de março de 1932 que a publicidade foi permitida no rádio brasileiro, por meio do Decreto 21.111. Durante a década de 30, o Governo demonstrou certa preocupação com este novo meio de comunicação, que passou a definir como “serviço de interesse nacional e de finalidade educativa”(ORTRIWANO, 1985, pág. 15).Somente a partir do decreto 21.111 a propaganda no rádio foi normatizada e limitada em dez por cento da programação da emissora. Estes valores posteriormente foram alterados para 20%. Atualmente a propaganda pode ocupar até 25% da programação de qualquer emissora comercial.A criatividade na produção dos comerciais veiculados na época também era uma característica que ajudava na luta por anunciantes. Frases bem humoradas já eram consideradas como bons anúncios para os clientes. Somente no estado de São Paulo, se o anunciante colocar a sua propaganda em todas as emissoras AM´s e FM´s, com 7 dias de veiculação ele atingirá 96% da população com mais de dez anos de idade, como mostra o gráfico abaixo (barras verdes representam o público feminino, marrons representam público masculino, e as rosas representam o total de ouvintes). Porém, apesar de seu alcance, temos hoje no rádio uma mídia marginalizada por agências e anunciantes. Trata-se de uma veiculação significativamente mais barata do que a televisão e com um custo de produção bastante inferior se comparado ao de uma peça para TV. Fica então a pergunta: Por que não publicar no rádio?
Texto de Roberta Baldo
adaptado por Willian Henrique Vasconcelos

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Restrições na Publicidade de Bebidas Alcoólicas

O mercado de bebidas anda agitado por causa de medidas que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) pretende transformar em lei em breve. Essas restringirão a propaganda de bebidas alcoólicas, similarmente ao que aconteceu ao cigarro há sete anos atrás, porém inicialmente apenas na televisão no horário de 8h às 20h. Essa medida não se aplicará apenas a cerveja, mas a toda bebida que ultrapassar um teor de álcool de 0,5 graus; sendo que hoje bebidas com teor superior a 13 graus, como o uísque, já são proibidas das 6h às 21h. O argumento para essa limitação se baseia em que esse tipo de publicidade influencia crianças e adolescentes a consumirem bebidas alcoólicas. Além disso, essas discussões fazem parte atualmente dos temas de discussão da Organização Mundial de Saúde (OMS) e motiva reuniões, como a que aconteceu em Valência, Espanha, no dia 7 de maio. Nesse sentido, foi criado um site denominado “Movimento Propaganda Sem Bebida” – link: http://www.propagandasembebida.org.br/ - liderado pela Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, da Universidade Federal de São Paulo – EPM/Unifesp) e pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Nele existem duras críticas e dezenas de informações alarmantes sobre o problema, além de um Manifesto e mais informações sobre campanha. Já o Sindicato dos fabricantes de Cerveja tenta rebater incisivamente, por causa da representatividade desse instrumento para as vendas seu produto. Essa indústria investe hoje, aproximadamente, meio bilhão de reais com propagandas. Além disso, patrocina atividades variadas, como os campeonatos de futebol que são geralmente televisionados no horário que seria proibido, e programas de televisão que possuem público, como os de mesas redondas sobre futebol que também passam em horários incompatíveis. Assim como a indústria do cigarro teve que aprender, a de bebidas alcoólicas também terá que fazê-lo para continuar, já que disse recentemente o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, "O governo entende que a ANVISA tem respaldo legal para tomar essa decisão e nós vamos tomar”.
Escrito por Nicole Foureaux

Comerciais durante programas esportivos no rádio e TV geram polêmica

Atualmente, está acontecendo um debate em torno do papel do jornalista e do jornalismo esportivo no mundo da publicidade. A grande questão é: é possível praticar jornalismo independente, de qualidade, exercendo simultaneamente a função de garoto-propaganda? É possível entrevistar um cartola retrógrado e ao mesmo tempo tecer loas a uma lâmina de barbear, sem alterar o tom e a entonação da voz? Como noticiar que um determinado empresário foi preso por estelionato se minutos antes o jornalista deu um testemunho, no ar, a respeito das qualidades dos produtos da empresa que pertence ao acusado? Dá para acreditar nas informações de jornalistas que elogiam sapatos, latas de tintas, planos de saúde e palhas de aço com a mesma desenvoltura com que comentam os lances polêmicos da rodada?
Em 2004, após quatro anos trabalhando no programa Bola na Rede, da RedeTV!, Juca Kfouri foi demitido por continuar se recusando a fazer anúncios testemunhais e merchandising durante o seu programa. Foi imediatamente substituído por Roberto Avallone, recém-demitido da TV Gazeta, onde apresentava o programa Mesa Redonda. Avallone foi substituído no Mesa Redonda por Flavio Prado, que estava comandando o Cartão Verde, na TV Cultura. Prado, um jornalista conhecido pelo comedimento com que falava de produtos comerciais na televisão, agora se diz disposto a abraçar o merchandising por não ver outra opção no horizonte. Ele foi substituído no Cartão Verde justamente por Kfouri, que prossegue com seu compromisso de não misturar informação com publicidade em hipótese alguma.
O jornalista Milton Neves, apresentador do Terceiro Tempo, na Rede Record, é hoje, do ponto de vista comercial, o mais bem-sucedido jornalista esportivo brasileiro. Neves também é contratado da Rádio Jovem Pan, escreve no jornal Agora, na revista Placar e apresenta um programa na TV Assembléia, em São Paulo. Além disso, é dono de uma agência de publicidade, chamada Terceiro Tempo. Ele está processando, na Justiça, vários colegas ilustres, como José Trajano, da ESPN Brasil, e Jorge Kajuru, da TV Bandeirantes. Seu mais recente embate é com Juca Kfouri. Todas as brigas, de certa forma, estão relacionadas a críticas feitas a Neves pela mistura que faz de jornalismo com propaganda.
A confusão entre jornalismo e publicidade atingiu tal ponto nos programas esportivos que a MTV brasileira criou uma atração destinada a parodiar a situação. Rock & Gol, apresentado por Paulo Bonfá e Marco Bianchi, ri dos trejeitos dos “apresentadores-camelôs” e da própria noção de merchandising. Explica Zico Góes, diretor de programação da MTV: “Ao pensar numa paródia de um programa de futebol, era natural que aparecessem elementos característicos da mesa-redonda, e o merchandising é muito característico. Você se inspira no Avallone, que pára uma discussão sobre futebol para falar de um calçado.” Ao longo do programa, Bonfá e Bianchi comem e alardeiam as qualidades de um amendoim da marca “joãoponês”, fictícia, e emendam na propaganda de uma batata frita real. A brincadeira deu tão certo que a emissora chegou a ser sondada por uma empresa sobre a possibilidade de trocar o “joãoponês” por um amendoim de verdade. “Não foi muito à frente, mas confesso que se tivesse uma empresa que falasse: ‘Em vez de joãoponês vocês fazem com o meu’, e se a gente pudesse continuar tirando sarro, eu toparia.”, afirma Góes.
A visão oposta a essa é a da defesa intransigente da separação clara entre o que é jornalismo e o que é publicidade. É a posição que, além de Juca Kfouri, adotam publicamente figuras como Armando Nogueira, José Trajano e Jorge Kajuru, os três atuando, de formas diferentes, no jornalismo esportivo da televisão brasileira.
Também é a posição que o ex-jogador, médico e hoje analista de futebol Tostão, colunista da Folha de S.Paulo. Ele lembra que um dos motivos que o levaram a desistir de comentar partidas de futebol na televisão foi o constrangimento diante das mensagens comerciais que seus colegas falavam durante as transmissões. “É curioso que isso existe, e ninguém fala nada, também no rádio. É uma coisa a ser discutida”, observa Tostão. “É demais. Cada frase, uma propaganda. Acho isso ruim. Não devia existir no rádio”, defende.
No mundo do rádio, a confusão entre jornalismo e publicidade parece ainda maior do que na televisão. E não apenas no segmento do jornalismo esportivo. Jornalistas de outras áreas também fazem testemunhal, publicidade, falam o slogan do patrocinador no ar e recebem por isso. Em grandes rádios de São Paulo, os repórteres, jornalistas conhecidos e âncoras de programas anunciam o slogan dos patrocinadores dos programas ao final da notícia que narram. Há até casos em que os âncoras vendem publicidade e a manutenção do programa no ar depende da venda de anúncios para o horário.
Um caso peculiar nessa disputa é o da Rede Globo. Na questão do merchandising em programas jornalísticos ou praticado por jornalistas, a política é clara. “É norma da casa. Não pode participar”, diz Luís Erlanger, diretor de Central Globo de Comunicação. É verdade que há exceções à regra. Galvão Bueno e Arnaldo Cezar Coelho já fizeram merchandising explícito para um restaurante, em São Paulo, durante o programa Bem Amigos, no canal pago SporTV, da Globo. Mas, de um modo geral, a regra é clara, diz Erlanger: “Imagine um jornalista anunciando um produto que amanhã é objeto do jornalismo da casa. É inconcebível! Ele está anunciando um apartamento e amanhã a gente descobre que o financiamento é furado. É um conflito de interesses.”
Confrontado com a posição da Globo, Milton Neves reage à sua maneira: “Parabéns para a Globo. A Rádio Joven Pan não pensa assim, a Rádio Bandeirantes não pensa assim, a TV Record não pensa assim”
José Trajano teme que os jornalistas que se posicionam contra o merchandising e contra a postura de Milton Neves e companhia estejam ficando em minoria. E faz um alerta: “Eu tenho medo de que isso se alastre cada vez mais e que as novas gerações achem normal, já saiam da faculdade tendo como referência esse tipo de coisa.”
Texto de Maurício Stycer
(publicado na Revista Carta Capital edição 266)
adaptado por Priscilla Oliveira do Carmo
Links com exemplos de publicidade nos programas esportivos:

segunda-feira, 19 de março de 2007

Código da Publicidade

Decreto-Lei nº 61/97. de 25 de Março

CAPÍTULO III

Publicidade na Televisão

Artigo 25º Inserção da Publicidade na Televisão

1- A publicidade televisiva deve ser inserida entre programas.

2- A publicidade só pode ser inserida durante os programas, desde que não atente contra a sua integridade e tenha em conta as suas interrupções naturais, bem como a sua duração e natureza, e de forma a não lesar os direitos de quaisquer titulares.

3- A publicidade não pode ser inserida durante a transmissão de serviços religiosos.

4- Os telejornais, os programas de informação política, as revistas de atualidade, as emissões religiosas e os programas para crianças, com duração programada inferior a 30 minutos, não podem ser interrompidos por publicidade.

5- Nos programas compostos por partes autônomas, nas emissões desportivas e nas manifestações ou espetáculos de estrutura semelhante, que compreendam intervalos, a publicidade só pode ser inserida entre aquelas partes autônomas ou nos intervalos.

6- Entre duas interrupções sucessivas do mesmo programa, para emissão de publicidade, deve mediar um período igual ou superior a 20 minutos.

7- A transmissão de obras audiovisuais com duração programada superior a 45 minutos, designadamente longas metragens cinematográficas e filmes concebidos para a televisão, com exceção de séries, folhetins, programas de diversão e documentários, só pode ser interrompida uma vez por cada período completo de 45 minutos, sendo admitida outra interrupção se a duração programada da transmissão exceder em, pelo menos, 20 minutos dois ou mais períodos completos de 45 minutos.

8- As mensagens publicitárias isoladas só podem ser inseridas a título excepcional.

9- Entende-se por duração programada o tempo efetivo do mesmo, descontando o período dedicado às interrupções, publicitárias e outras.

[ Nota: Algumas interpretações convenientes - nas palavras do DL que aprova a nova versão do Código da Publicidade, "frequentemente abusivas" - alegavam que o artº 3º/2 do DL 330/90 de 23/11 (que aprova originalmente o texto), justificava a não aplicação das restrições do artigo 25º. Este novo diploma vem dizer expressamente:

Artigo Único

É revogado o n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 330/90, de 23 de Outubro, que aprova o Código da Publicidade.]

Artigo 26º Tempo Reservado à Publicidade

1- O tempo consagrado à publicidade não pode ultrapassar 15% do período diário de transmissão, salvo no caso de incluir formas de publicidade referidas no número seguinte, caso em que essa percentagem pode ir até 20%, desde que o volume das mensagens publicitárias propriamente ditas não exceda 15%.

2- As ofertas diretas ao público com vista à venda, compra ou aluguer de produtos, ou à prestação de serviços, não podem exceder uma hora por dia.

3- O tempo de emissão consagrado às mensagens publicitárias em cada período de uma hora não pode exceder 20%.

4- Para efeitos do cômputo horário da publicidade, será tomado como referência o período compreendido entre duas unidades de hora, sem desdobramentos em minutos ou segundos.